segunda-feira, 21 de março de 2011

Por que o índice de natalidade dos pandas é tão baixo?

Em 6 de setembro de 2006, a panda gigante Lun Lun, de 9 anos de idade, deu à luz um filhote. De acordo com o Zoológico Atlanta, que hospeda Lun Lun e seu companheiro Yang Yang, esse foi apenas o quinto filhote nascido nos Estados Unidos desde 1990. Como quatro zoológicos dos Estados Unidos abrigam pares reprodutores de pandas, esse número parece ser um pouco baixo. Muitas pessoas vêem os programas de reprodução como essenciais para a sobrevivência da espécie dos pandas gigantes. Contudo, os veterinários e pesquisadores nem sempre tiveram muito sucesso com a reprodução de pandas gigantes. Em cativeiro, muitos pandas macho parecem desinteressados em acasalar ou não parecem saber como fazê-lo. Por exemplo, Ling-Ling e Hsing-Hsing, o primeiro par de pandas a viver nos Estados Unidos, tentou acasalar durante 10 anos, sem sucesso. Depois que finalmente aprenderam­ a acasalar, tiveram cinco filhotes, mas nenhum sobreviveu até a idade adulta.


Um panda
Os cientistas assumiram certa vez que essa falha em acasalar também existiu na vida selvagem. Contudo, os pesquisadores aprenderam que vários machos competem por cada fêmea durante a época de acasalamento. O macho dominante geralmente acasala com uma fêmea várias vezes. Esse processo pode dar aos pandas mais jovens uma chance de aprender sobre o acasalamento. Também ajuda a garantir que cada fêmea fértil fique grávida. Os pandas gigantes selvagens normalmente dão cria a cada dois anos durante cerca de 15 anos.
A vida no cativeiro, contudo, é completamente diferente. Fora da China, os zoológicos geralmente têm no máximo um ou dois pares de pandas reprodutores, portanto os machos não competem pelas fêmeas. Os machos e as fêmeas normalmente vivem em diferentes áreas até que as fêmeas estejam prontas para acasalar. Além disso, os pandas selvagens fêmeas cuidam de seus filhotes durante cerca de um ano e meio e não são férteis durante esse período. Os zoológicos costumam separar filhotes cativos de suas mães aos seis meses de idade na esperança de que suas mães venham a conceber mais rapidamente. Alguns cientistas acreditam que isso pode causar dificuldades de comportamento, incluindo a relutância dos pandas em procriar.
A fisiologia dos pandas também torna a reprodução em cativeiro um desafio. As fêmeas dos pandas gigantes estão em estro, ou no cio, durante 12 a 25 dias em cada primavera. Durante esse período, elas são receptivas ao acasalamento durante dois a sete dias. Elas estão férteis apenas durante 24 a 36 horas. Em outras palavras, os pandas gigantes têm uma janela muito estreita na qual podem conceber, e essa janela só se abre uma vez por ano.
Recentemente, os cientistas se tornaram mais experientes em ajudar os pandas cativos a conceber. Os guardas de zoológicos treinam os pandas para se submeterem a procedimentos veterinários que os ajudam a entender os ciclos reprodutivos dos pandas. Outros avanços incluem:
  • testes mais precisos para detectar hormônios na urina das fêmeas e determinar se estão ovulando ou não;
  • melhor entendimento dos padrões de comportamento dos pandas;
  • procedimentos de inseminação artificial] mais confiáveis.
Mesmo após o acasalamento ou inseminação artificial bem-sucedidos, pode ser difícil ou impossível determinar se um panda está prenha ou não. Os veterinários geralmente não sabem se um panda está prenha até ela dar à luz. Muitas pandas fêmeas sofrem de gravidez psicológica, período no qual mostram sinais psicológicos e comportamentais de gravidez sem realmente estarem grávidas. Pode ser impossível distinguir a gravidez psicológica da gravidez real. Geralmente, os veterinários não conseguem localizar um feto nem com o ultra-som. Isso ocorre porque o feto do panda é muito pequeno e não se implanta no útero até cerca de 45 dias antes do nascimento.

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